Olá, gulosos! Como foi o vosso fim-de-semana? Hoje trago novos livros para "devorar": três sugestões que podem melhor a nossa saúde e bem-estar; uma travessia original pelo que de melhor se faz no jornalismo em Portugal; uma conversa entre Celso Filipe e António Lobo Antunes; um romance que não sai dos tops nacionais de vendas; uma viagem pela história portuguesa; e um clássico de Umberto Eco.
Já leram algum? Depois digam-me o que acharam! O sol convida a ler ao ar livre, aproveitem! Boa semana! :)
O Intestino Também Sente
Sabia que o intestino é o órgão que mais sofre com as substâncias tóxicas que ingerimos? Leonor Martín, terapeuta de prestígio, explora neste livro as consequências do estilo de vida moderno para um orgão que tem de digerir não só o que comemos mas também tudo o que nos afeta emocionalmente. Se sabemos intuitivamente que uma dor de barriga ou outros sintomas intestinais têm uma causa emocional, o que podemos fazer? Em primeiro lugar, descobrir como funciona o intestino e quais os sintomas do seu mau funcionamento. De seguida, dar início a mudanças simples de hábitos que podem melhorar significativamente a nossa saúde e bem-estar. Estamos perante uma visão positiva e proativa para mudarmos de vida. "O Intestino Também Sente" fala abertamente de um tópico fulcral, mas pouco abordado, explicando como ajudar o nosso intestino a fazer o seu trabalho de uma forma natural e saudável. E isso reflete-se na mente. Editorial Presença. 10,90€.
As Manhãs da Leonor
A actriz Leonor Seixas e a health coach Sara Marques dos Santos juntaram-se para lhe mostrar como fazer das suas manhãs, manhãs saudáveis e cheias de energia, apresentando-lhe mais de 70 receitas de pequenos-almoços, brunches e snacks vegetarianos, sem açúcar, sem glúten e com super-alimentos, que lhe vão dar brilho, energia e boa disposição. Conheça a rotina matinal da Leonor e o que come para estar sempre com aquela energia contagiante e siga as receitas e os conselhos de bem-estar da Sara para viver uma vida mais saudável e em equilíbrio. Num dia em que a Leonor se levanta às 6 horas da manhã para gravar, é importante que tenha um pequeno-almoço completo, que a ajude a manter a sua jovialidade e energia, mas que seja simples de preparar. Por isso, o ideal são umas overnight-oats, simples e nutritivas, que ficaram preparadas na noite anterior. Já num dia em que se possa levantar mais tarde, há tempo para um brunch descontraído: ovos estrelados em água sobre uma tosta barrada com manteiga de frutos secos e abacate podem ser um verdadeiro banquete! Mas para o resto da semana existem muitas opções: ao começar o dia, nada melhor do que uma água morna de limão e especiarias, para lhe dar um boost de energia. Para pequenos-almoços rápidos opte por uma granola de coco deliciosa, que pode preparar em 5 minutos, acompanhada por um iogurte caseiro muito simples de fazer ou por umas panquecas de mirtilos. Quando sair de casa, leve consigo umas barras geladas de cenoura e coco ou uma mistura de avelãs e sementes, um snack delicioso que mata a fome a qualquer momento. A Esfera dos Livros. 19€.
Como são preparadas as reportagens? Como são sentidas pelos repórteres? Que contrariedades enfrentam? Vinte e quatro jornalistas de várias gerações oferecem-nos um relato vivo sobre o que acontece no terreno, dando-nos a conhecer melhor uma profissão que, numa época de informação fácil e barata, mas ao mesmo tempo tão perigosamente manipulável, nunca foi tão importante para a democracia. José Pedro Castanheira conta-nos como descobriu num português um dos primeiros terroristas recrutados pela Al Qaeda, provando que um jornalista está disposto a ir até ao fim do mundo por uma boa história. Cândida Pinto recorda como, na Líbia em 2011, dispensar o colete antibala, num dia em que os termómetros atingiam os 40 graus, lhe podia ter custado a vida. Será sempre difícil explicar a um irmão (como tentou Sofia Lorena), ou a qualquer outra pessoa, porque é que o jornalista tem de correr para os lugares de onde todos os outros fogem. A única resposta é: por ser jornalista. Vítor Serpa devia ter sido "apenas" o correspondente que cobria as provas de natação na Argentina, em 1982, mas acabaria a reportar o ambiente de guerra criado pelo conflito entre a Argentina e o Reino Unido por causa das Malvinas. As fotografias de Mário Cruz, vencedor do World Press Photo, atestam o tanto que uma boa reportagem tem a fazer pelo mundo. Por sua conta e risco, registou as crianças acorrentadas no Senegal. O que gravou com a sua máquina fotográfica serve hoje para o governo combater este tipo de opressão. Tudo por Uma Boa História é uma travessia original pelo que de melhor se faz no jornalismo em Portugal. O leitor encontrará aqui dúvidas, angústias, medos, mas também conquistas, prazer e sabedoria, pela voz dos que vivem de contar o mundo aos outros. A Esfera dos Livros. 13,50€.
O que faria eu se estivesse no meu lugar?
À bolina e sem fronteiras pelo pensamento de um dos maiores escritores contemporâneos – a escrita e a posteridade vistas do lugar de uma amizade conversável. Para memória futura. Este é um livro que não é uma entrevista, mas sim uma série de conversas sem guião, que vão tecendo o pensamento de António Lobo Antunes ao fio da cumplicidade criada com o jornalista e subdirector do Jornal de Negócios, Celso Filipe. Uma visão intimista de um de um dos maiores escritores da actualidade que ajuda a conhecer o homem que é escritor, a perceber o que o satisfaz e o atormenta, a descobrir as suas influências e embirrações, os amigos, as recordações, o método de escrita.
«Este não é um livro do António Lobo Antunes nem um livro sobre o António Lobo Antunes. É uma mistura de ambos, construído a partir de dez conversas que tiveram lugar entre Abril e Agosto de 2016. Quando o escritor me desafiou a fazermos um livro juntos, a tentação subsequente foi a de estabelecer um plano, cada conversa com um tema, por exemplo, a linguagem, a família, o amor, os amigos. A ideia caiu à primeira conversa. Começámos na metalinguagem e acabámos no lápis partido de George Simenon. Era impossível, absurdo, estúpido até, colocar margens no diálogo. A partir daí, o plano passou a ser não ter plano. Três, quatro, cinco perguntas preparadas e depois ir ao sabor do momento, procurando atravessar as portas que as palavras iam deixando entreabertas.» Celso Filipe António Lobo Antunes é hoje o escritor português vivo com maior dimensão nacional e internacional no campo da Literatura. O livro inclui uma lista actualizada das obras e dos prémios literários do autor Um livro que nenhum leitor e admirador de António Lobo Antunes dispensará na sua estante. Editorial Planeta. 16,10€.
A Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente. Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro. Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja. Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração. O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue. A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse. Relógio D'Água Editores. 17€.
Este é um livro que viaja no tempo e no espaço, da agonia do império colonial ao auge das lutas liberais do século XIX, das chanas de Angola às noites chuvosas da cidade do Porto. Coleccionadores de sonhos? Sim, de sonhos de liberdade, de justiça, de felicidade. Mas também coleccionadores de pesadelos, de revoluções frustradas, de amores desabridos, de abismos mortais. Às personagens principais, Artur e Cloé, e às outras que com elas se entrelaçam, junta-se um baú – «havia algo de estranho naquele baú» – ponto de confluência e de intersecção de geografias, histórias e paixões. Um baú pelo qual Artur se deixa enfeitiçar quando o descobre num antiquário da Rua da Cedofeita, no Porto. Aliás, com as suas memórias e segredos, tonalidades e rumores, a Cidade Invicta transforma-se em hiperpersonagem de Coleccionadores de Sonhos. Gradiva, 19,30€.
Abril de 1204. Constantinopla, a esplêndida capital do Império Bizantino, é saqueada e incendiada pelos cavaleiros da quarta cruzada. Entre o caos e a carnificina, um certo Baudolino salva a vida a um alto funcionário da corte que, fascinado com as habilidades do salvador, lhe pede que conte a sua história de vida. É esta narrativa que constitui Baudolino. Filho de simples camponeses, Baudolino tem dois talentos principais: um dom inato para aprender línguas e uma inclinação imensa para a invenção. Quando, ainda menino, encontra um comandante militar nos bosques perto da sua aldeia, encanta-o com a sua mente viva e o seu espírito rápido. O comandante – que não é senão o imperador Frederico Barbarroxa – adopta Baudolino e manda-o para a universidade em Paris, onde este faz vários amigos destemidos e aventureiros como ele. Inspirado por mitos e sonhos, este grupo parte em busca do Preste João, um sacerdote-rei lendário que se pensa governar um vasto reino do Oriente – terra fantástica habitada por criaturas estranhas com olhos nos ombros e bocas nas barrigas, eunucos, unicórnios e donzelas adoráveis. O delicioso relato feito por Baudolino é uma narrativa de verdade e ficção – ou de ficção tornada verdadeira, pois as mentiras que urde têm o condão de se transformar em História. Com aventuras mirabolantes e hilariantes, um crime impossível, truques extraordinários e viagens fabulosas, a par de reflexões sobre a nossa época pós-moderna, este livro mostra-nos Umberto Eco, o contador de histórias, no seu melhor. Gradiva. 19,90€.
Novo livro de Tsering Paldron, conhecida monja budista, que apresenta com esta obra uma nova abordagem dos ensinamentos tradicionais budistas no caminho da felicidade. A autora parte de um livro anterior, A Alquimia da Dor – título publicado pela Pergaminho, em 2004 – no qual são apresentadas as mais diversas formas de lidar com as situações excecionais de dor. Já neste novo livro Tsering Paldon vai ainda mais longe ao incluir métodos para lidar com o mal-estar e a ansiedade quotidianos, problemas prementes da sociedade atual. «A ideia é que, se cultivarmos o hábito dos pensamentos positivos e calorosos, conseguiremos atravessar todos os momentos da vida com confiança e tranquilidade. Para alguns, isso significa começar por modificar padrões de comportamento negativos que, por vezes, os acompanham há anos e os mantêm num estado de espírito constantemente angustiado e tenso. Por isso, embora a felicidade seja, de facto, uma escolha, para que ela se torne possível, temos de reconhecer esses padrões e adquirir a liberdade de os mudarmos. Depois, graças a uma higiene de vida saudável e equilibrada e ao desenvolvimento de valores humanos, reunimos as condições para que esses padrões se tornem habituais, substituindo definitivamente os negativos», explica a autora. O Hábito da Felicidade é um livro que está repleto de ensinamentos com o objetivo de perder hábitos nefastos, adquirindo bons hábitos. Mas requer dedicação. Aceitar a responsabilidade, libertar-se da culpa, ser meigo consigo próprio, estar atento, meditar, parar de arranjar desculpas e de se queixar são alguns dos primeiros passos. Pergaminho. 16.60€.