Foi um m'ar de céu em tons de azul, cinzento e cor-de-rosa que nos recebeu em Évora. E vários arco-íris que nos presentearam moment...
Foi um m'ar de céu em tons de azul, cinzento e cor-de-rosa que nos recebeu em Évora. E vários arco-íris que nos presentearam momentos para recordar, em fotografia, neste hotel de 5 estrelas, situado no centro histórico da cidade de Évora, em pleno coração da zona classificada Património da Humanidade, pela UNESCO.
«O M'Ar de Ar Aqueduto resulta de uma profunda adaptação do antigo Palácio dos Sepúlveda, um edifício quinhentista do qual se conservou a capela, os tetos em abóbada, os frescos e um conjunto de três janelas Manuelinas na fachada principal. Este hotel dispõe de 64 quartos, salas para reuniões e eventos com capacidade para 200 pessoas, um SPA de 220 m2 e o restaurante Degust’AR».
Luís Marcão, diretor do hotel, afirmou que «na distribuição de nacionalidades, os portugueses continuam a ocupar o primeiro lugar, seguidos pelos brasileiros e franceses. Ainda assim, o mercado nacional representa 1/4 da ocupação total» do M'Ar de Ar Aqueduto.
A decoração segue um conceito de conforto moderno com apontamentos de design, fomos presenteados com vista para o aqueduto e para os jardins do hotel. Os tons claros imperam, o hotel é tão agradável, o maior elogio que posso escrever: vivia lá e não me aborrecia. Ainda por cima, está situado numa cidade fantástica. Adoro o Alentejo, Évora, e já tinha saudades do ambiente que se vive por lá, neste hotel aproveita o melhor que a cidade tem para oferecer, incluindo o restaurante com a assinatura do chef António Nobre, mas já vamos lá. Podia afirmar que este hotel é uma excelente opção para as férias, mas na realidade é fantástico para visitar durante qualquer altura do ano.
A decoração segue um conceito de conforto moderno com apontamentos de design, fomos presenteados com vista para o aqueduto e para os jardins do hotel. Os tons claros imperam, o hotel é tão agradável, o maior elogio que posso escrever: vivia lá e não me aborrecia. Ainda por cima, está situado numa cidade fantástica. Adoro o Alentejo, Évora, e já tinha saudades do ambiente que se vive por lá, neste hotel aproveita o melhor que a cidade tem para oferecer, incluindo o restaurante com a assinatura do chef António Nobre, mas já vamos lá. Podia afirmar que este hotel é uma excelente opção para as férias, mas na realidade é fantástico para visitar durante qualquer altura do ano.
«O SPA do hotel integra 2 quartos preparados para receber programas especialmente dedicados ao bem-estar. Para além disso, estão disponíveis ainda cinco cabines de tratamento, sauna, banho turco, banho Vichy e zonas de relaxamento».
Experimentei a massagem com Pedras Quentes, realizada com óleo de amêndoas doces, que por ser um óleo neutro, agrada a qualquer cliente do Spa. Este é um tratamento «relaxante e desintoxicante, a massagem com pedras de basalto tem um efeito descongestionante da tensão muscular, fomentado o alívio do stress e uma profunda sensação de bem-estar e harmonia».
Pois agora vamos falar de uma cozinha perfeita.«O menu tem como ponto de partida a cozinha alentejana, desenvolvendo a sua inspiração criativa na exploração dos sabores mediterrânicos. O ambiente é requintado, confortável e intimista. Os tetos em abóbada, os arcos de ferradura e alguns frescos pontuais conferem-lhe um carácter único». Existe uma primazia dada às frutas, cogumelos, queijo, mas sem nunca esquecer a doçaria conventual, e que doçaria conventual, deixem que vos diga.
O diretor do hotel destaca «o garfo, e chave de ouro atribuídas pelo Guia do Expresso “Boa Cama, Boa Mesa”, ao restaurante Degust'Ar».
O pequeno-almoço servido no hotel é um dos melhores que conheço, por isso, para os fãs desta refeição tão importante, atentos na dica, este têm mesmo de conhecer. Variedade e frescura têm de estar presentes nos melhores pequenos-almoços. E este, tal como o resto da cozinha, é inesquecível. Aliás, o chef António Nobre tem muito orgulho nos produtos apresentados. Na fotografia está uma amostra daquilo que encontram. A nossa escolha recaiu em: variedade de pães, queijos (não podiam faltar), carnes frias, ovos mexidos, salada de fruta, sumos naturais de frutas, fruta laminada, iogurte natural com bagas de goji, waffles com chocolate, várias opções de miniaturas e viennoiserie. Destas últimas destaco os donuts e as mini bolas de Berlim (impossível degustar uma só).
Foi o chef Paulo Queirós que me disse que «ia gostar muito de conhecer a cozinha e a pessoa à frente do Degust'AR». Pois tinha mesmo razão, António Nobre é mestre a trabalhar com coentros (a minha erva aromática preferida) na cozinha, não fosse ele o autor do livro "Entre Coentros e Poejos", que amavelmente me ofereceu. Nasceu em Beja, é filho de uma cozinheira, que não sendo profissional é uma excelente cozinheira em casa. Lembra-se que o primeiro doce que fez foi um Pudim Flan, tinha 9 anos e estava longe de imaginar que iria seguir cozinha. Foi na Marinha que o chef António Nobre despertou para a cozinha. «Transformou-se num apaixonado pela reinvenção de sabores, principalmente os Alentejanos. É na cozinha que se sente bem e deixa o seu gosto pela gastronomia falar por si. As ervas aromáticas e as especiarias, “além dos produtos de qualidade”, são os ingredientes que mais o cativam e aos quais mais gosta de recorrer na confeção dos pratos. Promove a cozinha regional, na sua opinião devemos manter viva a chama da tradição e por esse motivo faz parte da confraria gastronómica do Alentejo. O seu lema é “inovar a tradição, respeitando os aromas e sabores da gastronomia portuguesa, porque fazem parte da nossa cultura”. Para tal, junta às raízes culinárias do Alentejo o gosto pela apresentação do prato, porque os olhos também comem, mas o sabor não deve ser descurado». Nas sobremesas o chef conta com a ajuda de Rodrigo Gonçalves, com quem desenvolve e prepara as mesmas, o trabalho em equipa é uma constante, só assim se consegue uma cozinha que marque, e de facto, a cozinha do chef António Nobre é uma das melhores que já conheci até hoje! Só vou falar das sobremesas, mas não deixem de provar as seguintes iguarias de comer e chorar por mais: Camarão selvagem frito com alho e malagueta; Pasta de sapateira em massa folhada estaladiça e salada ibérica com vinagrete de ervas alentejanas; Salmão com crosta de sementes de sésamo, molho de lagostim, manga, mousse de aipo e legumes assados com coentros em grão e a Sopa de cação à alentejana. Ai esta perdição... é mesmo obrigatória de conhecer! O mano preferiu os pratos de carne: Naco de lombo de novilho de raça Mertolenga (DOP), com crosta de farinheira, ragoût de batata com cogumelos frescos, folhas de espinafres novas e castanhas confitadas; Pato-real cozinhado a baixa temperatura com vinho do porto e cebolinhas, espetada de batata e legumes glaceados em manteiga de cabra; Carré de borrego com crosta de alecrim, mil folhas de batata com cogumelos, espargos verdes grelhados e marmelada de limão; Bife de lombo de novilho de raça Mertolenga (DOP) com molho à Degust’AR; Farinheira de porco alentejano crocante, recheada com ovos mexidos, pimenta da Jamaica e salteado de espinafres. E isto só para referir algumas opções e aguçar o vosso apetite. Eu já estou a salivar. A carta é enorme. Ah, e não esquecer o Queijo de Évora gratinado com azeite e orégãos e tiras de pão regional torrado. Agora vamos às coisas doces, sim?
Começo por mostrar a opção mais simples e que agrada aos menos gulosos. Quer dizer, eu sou muito gulosa e também é obrigatória para mim: salada de fruta. Até nesta sugestão simples, o visual não é negligenciado, e o sabor também não. Preço: 6€.
Sobre esta sobremesa, o que dizer?! Simples e perfeita. Tenho vergonha em dizer que escolhi e comi esta maravilha quase todos os dias. Pronto, já disse. Tem o nome: Semifrio de creme de queijo com leite achocolatado e não é apenas um deleite ao olhar. E como se faz esta iguaria? Primeiro é feita uma redução de frutos do bosque. Depois tritura-se bolacha e amassa-se com manteiga para forrar aros com uma fina camada. Depois coloca-se a redução de frutos do bosque por cima da bolacha. Entretanto faz-se um creme com queijo mascarpone, gemas, açúcar, folhas de gelatina derretidas e natas batidas. Coloca-se este preparado nos aros e leva-se ao frio. Por fim junta-se o leite condensado cozido, natas e chocolate derretido e acaba-se de encher os aros com este preparado. É servido com fruta laminada para contrastar com o doce. Podem degustar esta sobremesa por 6€.
A Mousse de cogumelos shitake é uma sobremesa que os clientes apreciam, o chef percebeu logo que achei esta opção pouco doce e não sou fã do sabor. Dos ingredientes, fazem parte os cogumelos (obviamente), folhas de gelatina, leite condensado e gemas. É servido com coulis de vinagre balsâmico. É uma receita da autoria de Duval Ferreira, custa 5,50€.
A sobremesa que se segue também é apreciada pelos clientes do restaurante: Tarte de pêra portuguesa. Apresenta uma massa doce feita com farinha, açúcar, manteiga, ovos e leite. Creme de pasteleiro confecionado com leite, açúcar, farinha, amido de milho, gemas, casca de limão, pau de canela e baunilha. Por cima leva Pêra Rocha laminada e vai ao forno durante uma hora. É acompanhada com gelado de gengibre. Preço: 5,50€.
Aqui está uma alternativa ao arroz doce tradicional, uma vez que este é feito com leite de coco. O meu irmão ficou fã desta sobremesa. Fazem parte dos ingredientes: arroz, água, casca de limão, pau de canela, leite, açúcar, leite de coco (adicionado quando a arroz estiver cozido). Este arroz doce cremoso é servido com gelado de morango. O valor: 5,50€.
Agora vamos falar de iguarias dos deuses. Aprendi a confecionar a Encharcada (aqui) com os chefs, sim, neste hotel podem ter aulas de cozinha. Seria capaz de degustar esta sobremesa todos os dias. Gemas, ovos inteiros, açúcar e água são os ingredientes, presentes aqui tal como em toda a doçaria conventual. Já sabem que é a minha preferida. Esta é acompanhada por um sorbet de limão. Nem todas as pessoas toleram o açúcar deste doce. Pois eu degustava esta perdição todos os dias! Está no meu top nacional, é uma das minhas sobremesas predilectas e custa apenas 5,50€ no hotel. Curiosamente, também é a sobremesa preferida do chef António Nobre. Tem bom gosto!
Assim à primeira vista não diria que iria gostar muito desta sobremesa. Um cocktail de fruta tropical com creme de ovo baunilhado. Feito com gemas, açúcar, baunilha, licor de ovo e natas. Um creme que se coloca por cima de fruta cortada aos cubos. Simples e deliciosa. Preço: 6€
A Sopa Dourada é outro doce que encontram bastante no Alentejo. Na realidade existe em muitas regiões, e todas apresentam uma receita diferente. Nesta sobremesa destaco a sabor forte a manteiga e amêndoa. Uma maravilha! Para além destes ingredientes, ainda leva pão aos cubos, muitas gemas, pau de canela, limão, água e bastante açúcar. Custa 5,50€.
O Estaladiço de pêra portuguesa com creme de erva príncipe vai entrar na nova carta, mas não podia deixar de mostrar. Está aprovada, escrevo sobre a mesma noutra oportunidade.
Esta é a sobremesa preferida dos clientes. Não faz parte das minhas preferências, estão a ver o motivo de terem de experimentar as sobremesas todas da carta? Depois trocamos opiniões. A Marquise leva chocolate, manteiga com sal, ovos, açúcar em pó, licor de Borba e pepitas de chocolate negro. É decorado com chocolate branco e servido com natas, topping de morango e crocante de noz. Preço: 5,50€.
Ir ao Alentejo e não degustar uma Sericaia, ou Sericá, não seria a mesma coisa, certo? É um dos melhores doces que encontramos em Portugal. Esta receita é confecionada com muitos ovos e muito açúcar (pois claro), leite, farinha, raspa de limão, pau de canela e canela em pó. É servida com ameixa d' Elvas e custa apenas 5,50€.
A sobremesa que se segue leva chocolate branco, açúcar em pó, queijo mascarpone, natas, gemas, café e leite. Se quiserem saber como se confeciona, estejam atentos, vou publicar a receita da autoria de Rodrigo Gonçalves, responsável pelas sobremesas. É simples para fazerem em casa e é muito saborosa, principalmente para quem aprecia o sabor a café. No restaurante Degust'AR custa 6€.
Outra perdição no restaurante Degust'AR: o sushi, pelas mãos do sushiman Kenzo. E se eu sou fã de (bom) sushi. É que não me importava de (a)provar todas as iguarias que ali são servidas. Das sobremesas provei: Tempura de Banana; Tiramisù de chá verde e Gelado Tempura. Cada uma custa 7€.
Para realizar esta reportagem, agradecemos a simpatia do diretor Luís Marcão, que tão bem nos recebeu. Um agradecimento especial ao chef António Nobre e equipa "maravilha". Na fotografia: Luís Brito, Francisco Pereira, Kenzo Shigueno, João Silva, chef António Nobre, Vera Silva, Cláudia Pinheiro, chef de pastelaria Rodrigo Gonçalves, Tiago Moreno, (em baixo) Ana Silva, André Severino e Sérgio Gato.
Este é um hotel ao qual não me importava de regressar todos os fins-de-semana, alia uma equipa atenciosa, conforto, um design de luxo, e a perfeição na cozinha (com o chef António Nobre, Rodrigo Gonçalves nas sobremesas, e com o sushiman Kenzo). Tenho saudades de Évora, principalmente deste hotel. Da próxima vez espero aproveitar a maravilhosa piscina exterior. Sim, ao contrário do ditado, eu sou apologista de que devemos voltar aos lugares onde fomos felizes.
Morada e contactos:
M'Ar de Ar Aqueduto
Rua Cândido dos Reis, 72
7000-782 Évora
Telefone: + 351 266 740 700
Fotografia: © Diogo Agante